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São meia noite e vinte e cinco. A cabeça dói, os olhos quase não conseguem ficar abertos. Deitei às onze por não querer permanecer de olhos abertos na claridade por mais tempo. Não adiantou. Deitei pra dormir, mas parece que o sono fugiu de mim como o diabo foge da cruz e se escondeu em algum buraco profundo que eu nao consigo achar de jeito nenhum. 

Não conseguia dormir, mexer no celular foi a primeira opção pra tentar chamar o sono. A cabeça dói demais e mexer no celular não estava ajudando. Lutei contra minha falta de sono, fechei meus olhinhos e comecei a chamar o sono na esperança de que ele aparecesse milagrosamente. Não funcionou. E, mesmo contra a minha vontade, eu comecei a pensar em você. Comecei a me lembrar de como os nossos corpos se encaixavam bem, de como sua mão nos meus cabelos me fazia relaxar e de como o teu beijo ainda tinha o mesmo gosto. Comecei a pensar na complicação que é falar de nós dois: não há o que falar. Simplesmente não existe nós, além do que minha imaginação inventa, claro. Comecei a pensar em como eu queria ter teu corpo junto ao meu em uma noite fria, e em uma noite de verão também. Em como eu gostaria de olhar nesses teus olhinhos e imaginar o que tu tá pensando. Pensei também que eu não me importaria em te ter desse teu jeito bagunçado, leve demais, livre demais, contanto que eu pudesse ter uma partezinha de tu pelo menos algumas horinhas do dia, ou ter tua atenção em alguns dias na semana. Eu não me importaria em não ter que te pedir satisfação, até porque odiaria ter que dar satisfação também. Não me importaria em não perguntar onde você esteve, com aquele tom de juiz em audiência. Não me importaria em dividir contigo uma cerveja enquanto tu me conta o teu dia de livre e espontânea vontade, sem eu ter que perguntar com quem tu estava as três e trinta e sete da tarde. Não me importaria em não ter um rótulo de compromisso contigo, desde que o teu coração me fizesse sentir que tinha um espaço ali só meu. Não me importaria nem de não ser apresentada aos teus pais: isso é coisa séria demais. E, por fim, pensei que não me importaria de ser tua só quando a gente bem entendesse, desde que a gente conseguisse marcar profundamente um ao outro: com os beijos, as unhas ou com os corações. 

Chega! Pensei demais! Resolvi pegar o celular novamente pra parar de pensar em tanta besteira. 
Olhei pela décima vez o feed no facebook, pela centésima vez o feed do instagram e pela trigésima vez stalkeei o seu perfil. Mas resolvi largar o celular porque a cabeça tava prestes a explodir. Decidi que ia dormir de uma vez por todas, amanhã tem academia cedo, mil coisas pra resolver.. Esse sono tinha que me obedecer! Fechei os olhos novamente, tentei chamar pelo sono e advinha?

lá vem você ocupando minha cebeça outra vez..


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