you are a mess

As coisas estavam muito bagunçadas quando eu cheguei aí
Você me convidou pra entrar já avisando da bagunça, disse que não tinha nem lugar pra sentar.
O quarto, a sala, a cozinha...
E o quarto de hóspedes praticamente não existia. Era um emaranhado de coisas que não sabiam onde ficar
Eu entrei e arrumei um cantinho pra sentar, onde eu me encaixasse e eu não fizesse mais nenhuma bagunça por ali
Eu me ofereci pra arrumar, mas você não me pareceu muito à vontade com isso...
Mas mesmo assim eu cheguei e tentei arrumar algumas coisinhas, colocar umas coisas no lugar, esconder outras nas gavetas, enquanto tu me assistia sentado no teu sofá, como se não tivesse muito interessado em arrumar aquela bagunça, como se não soubesse por onde começar ou, talvez, não fazendo questão de arrumar, deixando lá até que você não aguentasse mais.
Mas eu continuei. A rinite atacou, mil espirros pelo meio da casa, mas eu continue lá, tentando colocar cada coisinha, descobrindo sozinha onde cada objeto pertencia, tentando entender como você deixou tudo virar aquela bagunça!! Até que tu se levantou e resolveu ajudar, tu disse que ia tentar, mas parecia que tava mais perdido do que eu. Não sabia onde as coisas pertenciam, não fazia ideia de onde guardar os objetos, mas conseguimos ajeitar a sala, ficou habitável, dava pra sentar, ver TV, conversar um pouco, mas tu colocava toda poeira embaixo do tapete e eu sabia que hora ou outra aquela poeira ainda iria bagunçar tudo.
Por um tempo permaneceu até arrumadinho, organizado, limpo e agradável. Eu tava gostando de ficar ali do teu lado, quietinha, curtindo tua companhia e apreciando nossa arrumação. 
Mas aí vinha qualquer vantaniazinha e fazia toda aquela poeira que ficava escondida dembaixo dos tapetes sujarem tudo novamente.
E lá íamos nós tentar arrumar tudo de novo, dessa vez com mais ajuda sua, jogando algumas coisas fora, organizando o armário, dobrando cada peça e prometendo que iríamos tentar manter tudo organizado.
Mas tu não aprendia e sempre colocava a poeira embaixo dos tapetes novamente. Eu tentei chegar até o quarto pra finalizar a arrumação. E depois de muito insistir, aceitou minha ajuda.
Mas tu não conseguia sair de lá com nada organizado.
Não sabia onde nada pertencia, não sabia o que queria manter naquele espaço, não fazia ideia de como organizar as coisas daquele lugar. Foi então que eu percebi que o problema todo, o que te impedia de ver as coisas claramente e organiza-las, era a minha presença naquele lugar.
E, nossa, como doeu perceber que eu te atrapalhava de fazer alguma coisa direito. Mas eu sabia que você só conseguiria arrumar a bagunça quando eu fosse embora...
Foi tão difícil te deixar, foi tão ruim perceber que depois de tanto esforço arrumando tanta coisa junto contigo, depois de tanto progresso segurando tua mão, agora eu precisaria te deixar pra que você assumisse a bagunça sozinho.
Doeu perceber que eu precisava ir. Porque essa bagunça nunca foi minha, eu não precisava estar onde estava tentando organizar as coisas pra você.

Porque certas coisas somente você poderá colocar no lugar.









Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Não se fazem mais amigos como antigamente!

Se não te faz sentir, não faz sentido.

o dia em que um filme me fez chorar.