o vai e vem do mar




Eu sempre fui fascinada pelo mar, desde menina.
Adorava ficar horas e horas olhando aquele ir e vir de ondas, o vento frio que vinha de lá e bagunçava meus cabelos. Sentia (e sinto) uma paz inexplicável ao olhar pra aquela imensidão azul.
O ir e vir das ondas me lembrava tantas coisas.. Me lembrava de como as pessoas iam e vinham em nossas vidas, em como momentos bons e ruins iam e vinham e faziam com que a vida mudasse a cada quebra de onda. E como a vida poderia ser comparada ao mar, em como um acontecimento poderia fazer com que nossas vidas mudassem de rumo como no mesmo passo das ondas.
E, apesar dessa inconstância, eu adorava olhar pro mar. Adorava sentir aquela paz, aquela sensação de que as ondas podem ir, vir, e como na vida: qualquer coisa pode acontecer, mas ele continua ali: lindo e a gente continua aqui: forte.
E ao lembrar das ondas, eu lembrei de você. Assim como aquelas ondas que iam e vinham, tem sido você. Igualzinho as ondas, eu seu vir é um pouco mais demorado e o seu ir é bem ligeiro. 
Eu gosto do ir e vir das ondas, mas não gosto desse seu vai e vem.
Cansa, sabe? Não de olhar as ondas, mas te olhar ir e vir sem saber onde fica. De segurar tua mão e ter que soltar porque tu é feito onda: vai e arrasta tudo – e eu não posso ser carregada junto. Cansa achar que tu vai voltar igual as ondas e não receber aquela brisa que elas trazem com sua chegada. 
Cansei desse teu vai e vem, cansei dessa tua indecisão.
E apesar de amar o ir e vir das ondas, esse teu vai e vem não me faz nada bem.



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